14 de setembro de 2011

DICIONÁRIO DE TELEJORNALISMO

“O VT COMÉRCIO/INADIMPLÊNCIA já foi decupado, mas ainda falta ser esqueletado, para depois ser coberto. Mas ele deve ser espelhado hoje, porque se trata de uma suíte do caso de ontem, portanto não pode cair: é factual e está amarrado com link do Procon. Tem teaser para a escalada (TC: 02’47).”

Assim como em diversas profissões o Jornalismo também possui uma linguagem própria, principalmente no Telejornalismo.
Abaixo as principais palavras/expressões comumente usadas por quem trabalha em uma emissora de televisão.
As expressões estão separadas por grupos – Produção, Reportagem e Edição.


PRODUÇÃO

APURAÇÃO: Investigação dos dados e fatos ligados à notícia, visando evitar erros na informação.
AMARRAR PAUTA: Agendar e marcar as entrevistas, horário e locais em que os entrevistados estarão para a equipe fazer a matéria.
AMARRAR INFORMAÇÕES: Juntas os dados levantados em uma reportagem com unidade de raciocínio. O mesmo que costurar a informação/imagem.
DERRUBAR PAUTA: Desistir da pauta. Isto pode acontecer por vários motivos: porque a pauta não vale (como na maioria das vezes o produtor faz as marcações por telefone, nem sempre consegue confirmar e checar as informações dadas. Algumas vezes acontece do repórter chegar até o local combinado e a informação da pauta não condiz com o que está acontecendo). O fator campeão para derrubar pautas é o factual.
FACTUAL: Um fato, normalmente imprevisto ou impossível de ter sido programado, que acontece na hora, no dia. Não se pode deixar para veicular no dia seguinte. Exemplos: acidentes, anúncio de última hora do prefeito, crimes e etc.
FONTE: Uma pessoa, bem relacionada e de confiança do jornalista que passa informação importante. Pode ser também um órgão, entidade ou até mesmo documentação que gera ou esclarece um fato.
GANCHO: O motivo porque se faz uma matéria. O fato que justifica a produção de determinada notícia e a torna interessante.
PAUTA: Descrição dos assuntos que serão produzidos pela reportagem.
PRODUZIR: Não se trata apenas de ligar para os entrevistados e marcar as sonoras. É preciso pensar a matéria também, buscar dados relevantes e que vão embasar e sustentar o assunto.
RETRANCA: Identificação da matéria. É por ela que a reportagem fica identificada em todos os momentos do telejornal, desde a saída para a reportagem, a edição, no espelho e quando ela vai ao ar. Geralmente tem duas palavras. Ex: comércio/vendas.
ROTEIRO: Informações dos locais, horários, nomes, cargos e telefones dos entrevistados numa pauta. Tudo bem explicado e detalhado.
RONDA: Ligações feitas pelos produtores a delegacias, batalhões, bases da polícia, fóruns e outras fontes que podem render uma matéria. Ela é feita diariamente, no mínimo 3 vezes.
SUÍTE: Repercussão de uma matéria veiculada no dia anterior. A continuidade do assunto com novas informações do caso.

REPORTAGEM

AO VIVO: Transmissão realizada no exato momento em que o fato está acontecendo.
ÁUDIO: Todo som captado numa gravação. É a parte sonora (palavras, músicas, ruídos e efeitos sonoros) de uma reportagem ou programa.
BOLETIM: Um resumo de uma notícia, que pode ser ao vivo ou gravado, no estúdio ou na rua.
CHECAR: Ato de verificar se as informações da pauta e as informações sobre os fatos estão corretas.
COBERTURA: Realização de reportagem sobre determinado assunto, no local de sua ocorrência. Em mídia é o número de pessoas abrangidas pelo veículo ou determinado programa.
CORRESPONDENTE: Jornalista encarregado pela cobertura em determinada região, país ou no exterior.
DEAD-LINE: Prazo final para o repórter retornar à emissora com uma reportagem a tempo de ser editada e poder entrar no ar. É usado também no prazo de fechamento do telejornal.
FALA-POVO: Gravação com várias pessoas repercutindo o mesmo assunto.
LAUDA: Folha específica usada na redação para escrever notas, pautas e reportagens.
LAPELA: Pequeno microfone usado na gravata, ou na lapela dos blazers.
LINK: Participações ao vivo de outros lugares que não seja o estúdio.
MODULAR: Gravar ou testar áudio, principalmente voz, em um nível ideal.
NOTA: Notícia curta destinada à informação do fato, sem muitos detalhes. Comunica objetivamente o fato ocorrido.
OFF: Gravação do texto na fita, sem imagem. Off record.
PASSAGEM: O trecho da matéria em que o repórter aparece. Faz a ligação entre um trecho da reportagem e outro.
PASSAGEM EM 2 TEMPOS: Passagem que precisa ser gravada em dois ambientes diferentes, com apenas uma câmera. Ex. gravar a primeira parte do lado de fora da casa e outra abrindo a porta para entrar.
REBATEDOR: Uma espécie de tecido feito especialmente para rebater a luz e tirar a sombra dos rostos do repórter e dos entrevistados na rua.
SOBE-SOM: Captação de um som ambiente que pode ilustrar a matéria. Ex. o som de um pássaro.
SONORA: A entrevista ou participação dos entrevistados na reportagem.
STAND-UP: Passagem para encerrar uma matéria, ou para dar uma notícia importante que não necessite imagens. Só aparece o repórter, em pé, em primeiro plano e permanece no vídeo durante toda a gravação.
TEASER: Um resumo da matéria, gravado pelo repórter como uma pequena passagem. É usado na escalada dos jornais.
U.M.J.: Sigla para Unidade Móvel de Jornalismo. É uma mini emissora de TV instalada em um veículo usada para fazer reportagens externas. Com ela é possível entrar ao vivo de diversos lugares.
U.P.J.: Sigla para Unidade Portátil de Jornalismo. É o equipamento de vídeo-tape completo: câmera, gravadora, iluminação. Normalmente é o nome dado ao profissional que carrega esses equipamentos.

EDIÇÃO

ÂNCORA: Apresentador do telejornal que interpreta as notícias com base em conhecimento próprio; mediador.
ARQUIVO DE FITAS: Setor encarregado por guardar e preservar as fitas (hoje BETA)
ARTE: Ilustração visual gráfica, computadorizada, inserida na reportagem facilitar a compreensão de uma informação. Exemplo: números de uma pesquisa, mapas.
ASSINATURA: Encerramento do programa, que contém os nomes e as funções de todos os profissionais envolvidos no telejornal.
AUDIOTAPE: Fita de áudio, mas também indica gravação por telefone do repórter ou entrevistado.
BACKGROUND OU BG: Ruído do ambiente ou música que acompanha, ao fundo, a fala do repórter. Áudio ambiente. O BG não pode, de maneira alguma, prejudicar o áudio do repórter.
BATER BRANCO: Usado na preparação da gravação de uma reportagem ou entrevista em VT. A cada mudança de iluminação da cena é preciso checar o equilíbrio da câmera em uma parede branca ou papel para corrigir possíveis distorções.
BETACAM: Sistema integrado VT-Câmara. Apresenta alto padrão de qualidade de gravação de imagens. (Hoje, já estão sendo substituídas por DVCAM que é sistema digital)
BLOCO: Segmento composto pelas notícias que ocupam espaço de um intervalo comercial a outro em um telejornal.
BOLETIM: Resumo de um fato gravado pelo próprio repórter no local do acontecimento, depois de ele ter checado as primeiras informações. Deu origem ao stand-up.
CABINE DE LOCUÇÃO: Pequena sala com tratamento acústico onde atua o locutor.
CENA: Unidade de captação de imagem, dentro de uma mesma localização.
CENÁRIO: Ambiente natural ou artificial onde se desenvolvem as cenas dos programas e a apresentação dos telejornais.
COBRIR UMA MATÉRIA: Inserir as imagens numa matéria esqueletada.
CRÉDITO: Toda identificação que aparece durante uma matéria. Nomes dos entrevistados, repórteres, repórter cinematográfico, etc.
CABEÇA DA MATÉRIA: É o lead, a abertura da notícia, a narração do fato mais importante, logo no início. É sempre lida pelo apresentador e dá o gancho da matéria.
CACO: Palavra ou frase que os apresentadores, de improviso, introduzem no texto.
CEDOC: Centro de documentação, composto pelo arquivo de imagens e pesquisa de texto.
CHAMADA: Resumo dos assuntos de destaque do telejornal. É transmitida durante o intervalo, pouco antes de começar o jornal. A chamada serve para despertar a atenção do telespectador sobre o que ele verá no telejornal.
CHICOTE: Movimento rápido com a câmara. Com ele a imagem fica “borrada” e identificada; é usado para mudar o cenário ou tempo da ação.
CHROMA: Principal controle da cor. É a medida da intensidade e qualidade da cor da imagem eletrônica colorida.
CHROMAKEY (CROMAQUI): Efeito técnico que permite eliminar as informações visuais contidas no cenário e inserir imagens virtuais “atrás” do apresentador. Para obtê-lo é usado, ao fundo, um cenário/tecido azul.
COLORSBARS OU BARRAS: Base de cores variadas para testar a qualidade da imagem. Padrão de transmissão estabelecido pela Society Motion Picture and Television – SMPT, dos Estados Unidos, que estabelece os níveis corretos de cor para a captação ou geração o sinal de vídeo para ajuste de câmeras, monitores, aparelhos de TV.
CORTE: Ato de mudar a imagem de uma fonte geradora para outra na switch. Escolhe as imagens das câmeras no estúdio.
DEADLINE: Prazo final para o repórter voltar com a reportagem a tempo de editá-la e entrar no ar
DECUPAGEM /DECUPAR A FITA: Do francês “découper” e significa ato de recortar, de dividir o texto ou imagens brutas em cena por cena para prever necessidades e programar sequência de trabalho. Normalmente é feita pelo editor ou repórter em caso de matérias especiais. Ele assiste todo o material bruto, a fita inteira gravada pela equipe de reportagem e marcar em um papel em quais minutos da fita estão as melhores cenas, as entrevistas, a passagem e etc. Atualmente usa-se o TC – Time Code.
DEIXA: Palavras finais da reportagem, últimas 3 ou 4 palavras. Pode ser da fala do entrevistado, do off do repórter ou um sobe som. Precisa ser claramente especificada na página.
DIRETOR DE TV: É o responsável pelo comando da mesa de cortes e pelo andamento do programa, de acordo com o script. É quem mantém contato permanente, durante o telejornal, com os cinegrafistas no estúdio.
DROUP OUT: Defeito na imagem de vídeo causado pela ausência de óxido na fita magnética. Manifesta-se com pontos e listas na imagem produzida. Não pode ser percebido a olho nu na própria fita.
ESCALADA: Frases de impacto sobre os assuntos do telejornal que abrem o programa. O mesmo que manchetes. Um resumo das notícias que serão apresentadas.
EDIÇÃO: Ato de montar uma reportagem para o telejornal. É a realização após o conhecimento e a seleção prévia (decupagem) dos trechos que interessam à veiculação.
EDIÇÃO NÃO LINEAR: Edição digital, feita por computador.
EDITOR DE IMAGENS: Profissional que tem como função o manuseio do equipamento eletrônico. Trabalha sob o comando do editor de texto e tem como preocupação básica a qualidade das imagens e dos sons de reportagens.
EDITOR DE TEXTO: Jornalista encarregado pela edição/montagem das partes que interessam à veiculação da notícia. Sua preocupação básica é com o conteúdo da informação.
ENCERRAMENTO: O final de um programa de televisão, com os créditos técnicos e a vinheta de fechamento. É também a parte final de uma matéria jornalística.
ENXUGAR: Ato de reescrever o texto, eliminando todos os elementos desnecessários. Tem a intenção de tornar o texto mais claro, objetivo e de fácil compreensão.
ESPELHO: O cronograma do jornal, ou seja, é a relação e a ordem de entrada das matérias no telejornal, sua divisão por blocos, previsão dos comerciais, chamadas e encerramento. Como a própria palavra diz: reflete o jornal.
ESQUELETO: Uma matéria montada, (estão colados e na seqüência offs, passagem e sonoras, mas ainda sem imagens). Falta ser coberta.
ESTOURAR: Ato de ultrapassar o tempo preestabelecido para uma notícia ou entrada ao vivo.
FITA BRUTA: Fita com imagens sem edição. Da maneira que foi gravada pelo repórter cinematográfico na rua.
FRAME: Medida eletrônica. Uma imagem é composta de vários frames. No Brasil 30 frames correspondem a 1 segundo de imagem gravada. Nos EUA 1 segundo é correspondido por 25 frames.
GERADOR DE CARACTERES: Equipamento eletrônico que permite inserir no vídeo caracteres em forma de letras, números e outros sinais gráficos.
ILHA DE EDIÇÃO: Local onde estão equipamentos que permitem ao editor de texto e editor de imagens montar a matéria.
LEAD: A cabeça ou abertura da matéria. Uma introdução lida pelo apresentador para chamar a reportagem. O gancho do VT normalmente está no lead.
NOTA COBERTA: Uma notícia coberta com imagens, que pode ser gravada ou ao vivo.
NOTA PÉ: Um complemento da notícia. É sempre feita pelo apresentador depois da exibição da matéria.
NOTA SECA (PELADA): Uma notícia sem imagens.
PÁGINA: O local onde estão todas as informações da matéria editada, lead, créditos, deixa, tempo e número de fita.
PASSAGEM DE BLOCO: A nota que chama as matérias que vão ser exibidas depois do intervalo.
PILOTO: Programa realizado em fase experimental.
SANTINHO: Uma foto do repórter, ou de um entrevistado que ilustra uma gravação feita por telefone (áudio-tape).
SCRIPT: É o mesmo que a página ou lauda. Possui características especiais e espaços para as marcações técnicas que devem ser obedecidas na operação do telejornal. Os scripts formam o espelho.
TIME CODE: Relógio digital que conta o tempo com precisão de frames, utilizados para decupagens de fitas e na edição dessas fitas. Marca horas, minutos, segundos e frames do que está sendo gravados. Ex: passagem – TC: 13’44
TRANSCREVER: Colocar créditos quando o áudio não pode ser entendido perfeitamente por causa do volume ou algum ruído.

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